BOLSAS DE CINEMA!


Uma chuva de balões coloridos, corações e muito neon invadiram nesta semana as
vitrines do Le Bon Marché Rive Gauche, uma das lojas de departamentos mais
famosas de Paris e também a predileta da cineasta Sofia Coppola quando está na
cidade. E, desta vez, o trabalho de Sofia também está lá. Explica-se: ela
emprestou seu olhar cinematográfico para criar as vitrines, coloridas e
criativas, que estarão exibindo até 26 de outubro a edição limitada da bolsa SC
Bag da Louis Vuitton, criada especialmente para a loja. “Quis que as vitrines
refletissem as coisas que eu gosto”, disse. E ela tem bom gosto!

   A parceria de Sofia com a marca francesa não é de
hoje. Em 2009, ela visitou as oficinas da LV e teve uma bolsa sobencomenda, que
traduzia exatamente seus desejos.
A peça, batizada de SC Bag, acabou virando um
ícone da Louis Vuitton.

A nova edição, feita em formato menor do que a
original, ganha também cores novas, como o azul cobalto e o roxo, com o forro todo em
fúcsia e custa 2.820 euros (cerca de R$ 8,8 mil). Já providenciou a sua? 

OS ÓRGÃOS DO CONDE

 Depois de
toda a polêmica envolvendo Chiquinho Scarpa –aliás, ação de marketing que
considerei de péssimo gosto e resultado duvidoso, apesar da repercussão –
começa nesta segunda-feira (23), e vai até o próximo domingo (29), a campanha
para sensibilizar a população sobre a importância da doação de órgãos. Na
semana passada, durante o pré-lançamento, todos ficaram tão preocupados em
desvendar a pegadinha do enterro do Bentley do conde, avaliado em R$ 1,5 milhão,
que o principal alvo da ação foi eclipsado. O assunto virou motivo de deboche e,
desvendada a história, ela acabou “morrendo” até mesmo na internet. Acredito que as
ações de marketing não precisam enganar as pessoas e a própria mídia para impactar.
Há ferramentas mais criativas. Mas essa é uma outra história… 

 Blá-blá-blá
à parte, vamos ao que realmente interessa. Hoje, no Brasil há cerca de 30 mil
pessoas na fila de espera para um transplante e de cada dez brasileiros
abordados, quatro se negam a doar os órgãos de seus familiares. A maior lista
de espera é por um rim –há 20 mil brasileiros no aguardo. Em segundo lugar,
estão os que precisam de transplante de córnea (6 mil), seguidos pelos
portadores de doenças no fígado (1.300) e, por último, coração e pulmão, com
200 e 170, respectivamente.

 O trabalho da Associação Brasileira de Transplantes
de Órgãos (ABTO), em parceria com o Ministério da Saúde, dos governos estaduais
e entidades médicas, vem surtindo efeito –até junho deste ano o país teve 1.273
doadores, o que o coloca em segundo lugar no ranking mundial em número de
transplantes realizados. Porém, os índices de doadores efetivos, por milhão de
população, ainda são muito baixos em relação aos outros países. A título de
comparação, no ano passado, o número chegou a 10,7 no Brasil, enquanto a Espanha
–o melhor país nesse ranking – atingiu 35,3, seguida pela Croácia (35), Bélgica
(29,3), Portugal (28,5%) e EUA (26).



VONTADE EXPLÍCITA


  Para
se tornar um doador, é importante comunicar à família esse desejo porque, de acordo com a legislação dos transplantes no Brasil, a doação
deverá ser consentida pelo familiar de até segundo grau. Segundo o médico José
Osmar Medina Pestana, presidente da ABTO, a recusa dos familiares está
relacionada à falta de manifestação da vontade de doação em vida. “Sempre que o
indivíduo se manifesta a favor, os familiares autorizam”, diz ele. A
falta de informações sobre o assunto, na avaliação da própria ABTO, também
contribui para esse baixo índice. Daí, a importância da campanha. “Apostamos na adesão da sociedade para tornar essa espera por um órgão menos longa e dolorosa”, afirma Medina.

 Ficou
interessado? O site oficial da ABTO http://www.abto.org.br/  traz todas as informações para a prática efetiva da doação.

Chiquinho Scarpa que protagoniza a nova campanha

LIGAÇÕES SABOROSAS

Queijos franceses, estrelas da campanha “Queijo não, fromage sim”                                                 foto Divulgação

Quem resiste aos tradicionais queijos franceses? Acompanhados de um
bom vinho, ficam ainda mais perfeitos. Pois então, prepare-se: eles vão invadir o Brasil. O start foi dado este mês com uma campanha
inédita no país por iniciativa do CNIEL, o Centro Interprofissional da Economia
Leiteira francês, que quer incluir o consumo do produto nos hábitos alimentares
dos brasileiros, a exemplo do que faz em outros países. O lançamento aconteceu
no último dia 10, com uma festa para 120 convidados, na residência do cônsul
geral da França, Damien Loras, em São Paulo.

A consulesa Alexandra e seu marido Damien Loras, anfitriões da  noite em São Paulo   foto Pedro Soares
  Para posicionar os
produtos como uma espécie de “referência” do bom gosto e de origem legítima, a
campanha focará mulheres entre 25 e 40 anos, de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Parte dessa missão é mostrar que o queijo francês pode ser consumido de maneira
informal e até mesmo entrar em uma receita simples, utilizando-se inclusive
combinações com produtos nacionais, como frutas.
 Já estão acontecendo também degustações na rede
de supermercados Zona Sul, do Rio, e em outubro elas se espalham por 22 lojas
do Pão de Açúcar, em São Paulo. Nos próximos três meses, o estrelado chef
Laurent Suaudeau vai ministrar três aulas em suas escola com os queijos da
campanha, batizada de “Queijo não, fromage sim”.

CHIQUE E CRIATIVO

 Para fazer os brasileiros entrarem no clima do consumo dos
queijos, foram escolhidas sete especialidades. Vale lembrar que a grande
maioria já é bastante conhecida por aqui, como os macios (Brie e Camenbert), os
semi-duros (Emmental e Comté) e os azuis (Bleu d´Auvergne). Todos eles podem
ser melhor saboreados em momentos específicos ao longo do dia. Para a happy
hour, por exemplo, os especialistas franceses sugerem servir fatias de Brie,
Emmental e Saint Agur, entre azeitonas e frios, ótimos para harmonizar com a
cerveja.

 No quesito aperitivos, aposte na criatividade. Você pode
servi-los ao natural, acompanhado de pão (o de nozes é perfeito); com frutas
secas ou frescas (a combinação com figos é dos deuses!), com doces ou geleias,
condimentados. Eles caem bem ainda como ingredientes de canapés, em patês,
fundidos, gratinados, fritos, como recheio. E o que é melhor: eles combinam com
qualquer estação do ano. Os mais recomendados são o Brie, o Comté e o Camembert.

Variados, deliciosos e versáteis                                 foto Eduardo Euksuzian
Já para os jantares,como tanto gostam os franceses, os queijos costumam abrir caminho para os pratos
principais. Por isso, as entradas são servidas em porções menores, geralmente
mais leves. Aposte nos queijos para saladas, sopas, caldos, cremes, suflês, quiches,
tortas e mesas de antepastos. O melhor para essa ocasião é o Bleu d´Auvergne.
Renato Carioni e Christian Formon   foto Pedro Soares

Todas
essas delícias, que puderam ser degustadas na residência do cônsul, foram preparadas exclusivamente para a noite
por dois chefs –o brasileiro Renato Carioni e o francês Christian Formon. Para deleite dos convidados, a dupla usou
e abusou da criatividade, mostrando que essa campanha francesa é mesmo de dar água na
boca. Ulalá!

A mesa de queijos, à beira da piscina na residência do cônsul foi a estrela da festa         foto Pedro Soares

                                                          

MURAL DAS LAMENTAÇÕES

  O Brasil está se tornando, dia após dia, um país de frustrações, de desilusão, de descrédito, do deboche – e isso pode ser aplicado em todas as instâncias. A postura do Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira foi mais um duro golpe em qualquer perspectiva de se acabar com a impunidade e a corrupção ou ao menos coibi-las. O ministro Celso de Mello que encerrou o seu voto com a aceitação dos embargos infringentes no julgamento do mensalão, garantindo uma maioria de seis votos pela retomada do julgamento de 12 réus nos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, provocou indignação nacional, embora estivesse agindo dentro da lei. Ele também deu a chance para alguns condenados, como José Dirceu, o ex-ministro da Casa Civil, de escaparem do regime fechado de prisão. Além de protelar mais ainda a resolução de um processo que já se arrastou mais do que devia no STF.
 Muita gente passou o dia acompanhando o pronunciamento do ministro, que durou duas horas, e no final houve um sentimento coletivo de desencanto e de vergonha. Mas o que aconteceu hoje no Brasil não tem nada de inédito, não causa espanto e era totalmente previsto. Celso de Mello já havia antecipado desde a semana passada o rumo de sua decisão o que, aliás, foi exaustivamente publicado pela mídia.
  Por que esse tamanho desencanto agora se nós já sabemos e sentimos duramente na pele que não podemos confiar na Justiça, até mesmo para resolver os problemas mais simples do nosso cotidiano? Por que tanto espanto se as leis e a indústria dos recursos foram feitas para entupir os tribunais e favorecer os poderosos? Isso acontece aqui diariamente, afeta nossas vidas, relacionamentos, empresas, empregos, famílias. E a impunidade percorre, com maestria, todos os poderes. A Justiça nacional enquanto instituição é uma carroça velha e emperrada há muito tempo. Aliás, isso parece fazer parte das nossas raízes. Então, por que tamanha ressaca cívica diante desses embargos infringentes? Alguém, em sã consciência, achava que eles não iriam encontrar uma brecha jurídica para ganhar tempo?  
  Claro que todos têm o direito de “desabafar” e hoje as mídias sociais viraram um grande mural de lamentações. Muitos manifestaram o seu luto e a indignação por meio de fotos, frases, compartilhamentos. Por outro lado, se tudo isso está acontecendo é porque nós mesmos permitimos. Será que, se as multidões tivessem se reunido em manifestações pacíficas, às vésperas do desfecho do julgamento do mensalão, o resultado teria sido realmente este? Hoje não era um ótimo dia de mobilização geral e de consciência política, praticadas não apenas nas redes sociais? O próprio STF já esperava por isso a ponto de ter reforçado a segurança. Mas os protestos foram pequenos diante da grande indignação manifestada.
 Por que a voz das ruas foi apagada tão facilmente de nossa memória, dando margem a manobras com a legitimidade da lei para perpetuar a impunidade? Motivados pelos jovens, os brasileiros viveram momentos inesquecíveis de protestos em junho e o governo tremeu nas bases, ficou acuado, votou emendas, abaixou tarifas de ônibus… A reação foi imediata. Essa oportunidade nos foi dada. Sim, porque o “grito das massas” -e não de pequenos grupos de vândalos – é uma poderosa arma contra os corruptos, aliás, a única que parece funcionar neste país. Mas a oportunidade também acabou perdida e a preciosa lição, não assimilada. Consciência política também é uma conquista.
 O gigante continua adormecido e os políticos estão cada vez mais acordados. Este, sim, é o verdadeiro luto verde e amarelo. Que pena!    


LUA E VÊNUS: ENCONTRO PODEROSO

  Havia um quadro muito especial no céu neste final de domingo: a conjunção de Vênus com a lua crescente, que começou ao entardecer e se estendeu até o início da noite. O fenômeno astrológico pôde ser observado a olho nu em várias cidades do mundo e do Brasil, inclusive em São Paulo, que teve um dia lindo, de céu claro e muito azul. Esse “encontro” virou o assunto predileto nas mídias sociais. E eu que estava caminhando pelas ruas do bairro, sem ter planejado nada, pude acompanhar todo o processo, do início ao fim. Começo a semana revigorada, guardando na lembrança este flash mágico!